
Nos últimos anos, o mercado de barreiras anti-fluxo tem utilizado a combinação GCL (Geocomposto Bentonítico) + Geomembrana para garantir a proteção do solo, evitando vazamentos e contaminação. O GCL é aplicado no solo como barreira de proteção para geomembranas, sendo um dispositivo de contenção de emergência em eventuais rasgos e danos que possam ocorrer nas Geomembranas que ficam expostas aos rejeitos e efluentes.
Geomembrana e GCL como barreiras geossintéticas
A função de barreira consiste em prevenir ou limitar a migração de fluidos. Uma barreira geossintética é definida na norma ABNT NBR ISO 10318-1 como um material geossintético de baixa permeabilidade usado em aplicações de engenharia geotécnica e civil, com o objetivo de reduzir ou impedir o fluxo de fluido através da estrutura.
No entanto, os benefícios do uso de revestimentos geossintéticos como parte de um sistema de barreira podem não ser totalmente realizados se a geomembrana (GMB) for fisicamente danificada, uma vez que as geomembranas formam barreiras excelentes para fluidos apenas se não apresentarem furos.
Tanto em GCLs quanto em GMBs, esses dois materiais apresentam comportamentos complementares. A GMB é uma excelente barreira contra a migração advectiva e difusiva de contaminantes inorgânicos provenientes de um lixiviado.
Instalação de GCL para reforço complementar
Atuação do GCL como dispositivo de segurança
As GMBs e os GCLs atuam como barreiras complementares também do ponto de vista do transporte de contaminantes inorgânicos, pois as geomembranas representam barreiras perfeitas para contaminantes inorgânicos, desde que não estejam danificadas. Se danificadas, elas permitirão a transferência de contaminantes inorgânicos que podem ser sorvidos pelos componentes do GCL.
Os estudos realizados nos últimos anos sobre as características dos GCLs que fazem parte de um revestimento composto focaram principalmente na situação em que o GCL (que contém bentonita sódica) está localizado sob um furo em uma geomembrana de polietileno de alta densidade (PEAD).
Uma quantidade menos significativa de fluido percola através da bentonita e abaixo do GCL. Como consequência, a quantidade de vazamento depende principalmente da qualidade do contato de interface entre a Geomembrana e o GCL.
A transmissividade da interface é uma medida da resistência ao fluxo lateral devido a uma carga hidráulica na zona transmissiva, ou seja, a interface que pode ser imaginada entre a Geomembrana e o GCL.
Conclusão
A utilização combinada de GCLs e geomembranas tem se consolidado como uma solução eficaz e segura para proteção ambiental em projetos de impermeabilização de solo e engenharia geotécnica. Enquanto as geomembranas oferecem uma barreira altamente eficiente contra a migração de fluidos, os GCLs atuam como um reforço complementar, reduzindo os riscos em caso de danos ou falhas na geomembrana.
Essa sinergia entre os materiais proporciona um desempenho superior na contenção de contaminantes, minimizando o impacto ambiental e atendendo às exigências normativas. Assim, a escolha de sistemas compostos que integram GCLs e geomembranas representa não apenas uma prática de engenharia responsável, mas também uma estratégia sustentável para o desenvolvimento de projetos de grande escala.